domingo, 23 de novembro de 2008

Avaliação sobre o curso " Alfabetização e Linguagem"

O curso me possibilitou a uma reflexão crítico-pedagógica, onde pude analisar minha prática e o desenvolvimento tanto no sentido investigativo quanto metodológico do uso da língua portuguesa.
Durante os encontros fui reconstruindo as concepções de alfabetização fundamentadas em conceitos lingüísticos. E graças ao perfil do curso adquiri técnicas quanto aos aspectos gramaticais, à parte de desenvolvimento de idéias, a coerência textual, gênero textual entre outros.
Em se tratando em acompanhar nossos alunos em produção textual, que a meu ver, é a grande dificuldade, que a coerência interna das idéias é o ponto-chave numa produção bem sucedida. Com as informações recebidas os alunos também obtiveram êxitos e isso me alegrou bastante. As contribuições por mim enumeradas são baseadas em todos os encontros; sempre saí com algo que pudesse ser repassado a alguém. Obtive um crescimento tanto na alfabetização e linguagem quanto na produção do blog.
Construí meu blog com dificuldades, meio sem jeito, com ajuda de minha filha e amigos, mas no final ficou minha cara.
Agora já adquiri até “certa” prática e verifiquei que a era digital está ligada diretamente à escola e ao mundo de hoje, que nossos alunos ficam mais interessados quando a aula está associada à tecnologia. Essa aprendizagem para mim foi excelente.
Pude perceber que muita coisa mudou em minha maneira de pensar, agir e interagir com os alunos.
Um dos assuntos de grande relevância que permeou todos os encontros foi variação lingüística, que foi muito bem explorada. Os tutores, Lenita e Maurício são profissionais realmente capacitados e com uma empatia formidável. Enfim, em minha prática docente de Pedagoga de Equipe de Atendimento/Apoio à Aprendizagem, tenho a função de estimular os alunos ao gosto pela leitura e escrita, contribuir para a construção da identidade cultural e social de nossos alunos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

¨Variação Linguística¨


"A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que um indivíduo se manifesta verbalmente"


Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sociolingüística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações:
dialetos, isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);
socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas
linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação
idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões
etnoletos, para um grupo étnico
ecoletos, um idioleto adotado por uma casa.

Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distingüidos não apenas por seu vocabulários, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses freqüentemente usam modos gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com freqüência por outros falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico, e de, portanto, estilo.

"Espécies de Variação ¨


Variação Histórica
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

Variação Geográfica
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas.

Variação Social
Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.


Variação Estilística
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
As diferentes modalidades de variação lingüística não existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO

“A norma padrão constitui o português correto; tudo o que foge a ela representa erro”. Dentro do ambiente escolar, muitos professores costumam repetir essa frase. Porém, é necessário que eles compreendam que não existe português certo ou errado, mas modalidades de prestígio ou desprestígio que correspondem ao meio e ao falante."


De acordo com Marcos Bagno, 'preconceito lingüístico é a atitude que consiste em discriminar uma pessoa devido ao seu modo de falar'. Como já dito, esse preconceito é exercido por aqueles que tiveram acesso à educação de qualidade, à “norma padrão de prestígio”, ocupam as classes sociais dominantes e, sob o pretexto de defender a língua portuguesa, acreditam que o falar daqueles sem instrução formal e com pouca escolarização é “feio”, e carimbam o diferente sob o rótulo do ”erro”. Infelizmente, “preconceito lingüístico” é somente uma denominação “bonita” para um profundo preconceito “social”: não é a maneira de falar que sofre preconceito, mas a identidade social e individual do falante.

O bom português é o das épocas de ouro da literatura”. Primeiro, há um português culto falado e um escrito. Mas a língua escrita é mais conservadora que a falada; segundo, a norma ancora a língua no contemporâneo; terceiro, a língua é um fenômeno social, e sua existência prende-se aos grupos que a instituíram.
Bagno afirma que “A mídia poderia ser um elemento precioso no combate ao preconceito lingüístico. Infelizmente, ela é hoje o pior propagador deste preconceito. Enquanto os estudiosos, os cientistas da linguagem, alguns educadores e até os responsáveis pelas políticas oficiais de ensino já assumiram posturas muito mais democráticas e avançadas em relação ao que se entende por língua e por ensino de língua, a mídia reproduz um discurso extremamente conservador, antiquado e preconceituoso sobre a linguagem”.

Programas de rádio e televisão, sites da internet, colunas de jornal e outros meios de multimídia estão cheios de “absurdos” teóricos e “distorções”, pois são feitos por pessoas sem formação científica sobre o assunto. Divulgam “bobagens” sobre a língua e discriminam os estudiosos da linguagem. Isso atrapalha a desmistificação do “certo e errado” e acaba propagando o preconceito.
Em suma, para se acabar com o preconceito, seja ele racial, social ou qualquer outro, é necessário que haja uma democratização da sociedade, que dê oportunidades “iguais” à todos, reconhecendo e respeitando suas diferenças. E mais: a palavra “preconceito” significa um “pré” conceito daquilo que ainda não se conhece a fundo. A partir do momento em que se estuda determinado assunto, que se aprende sobre ele, o que se deve adquirir é “respeito”, e não “discriminação”."

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

¨Patativa do Assaré¨




"Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, (Assaré,1909 — 2002) foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.
Uma das principais figuras da poesia oral nordestina do século XX."


"“Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
P’ra sê poeta divera
Precisa tê sofrimento…”
(Cante lá que eu canto cá),
¨¨¨¨
“Pois aqui vive o matuto
De ferramento na mão.
A sua comida é sempre
Mio, farinha e fejão”
(Coisas do meu sertão)
¨¨¨¨¨¨
“Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paiça, da serra ao sertão”
(O poeta da roça)."


***Prosas escritas por ¨Patativa do Assaré¨




¨Vaca Estrela e Boi Fubá¨

Seu dotor me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste p meu penar
Mas ja fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do curral,
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.
...
Eu sou filho do Nordeste, não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho, num é bom nem imaginar.
Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardizinha eu começava a boiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela
ô ô ô ô Boi Fubá.
...
Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, ja acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude boiar
ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.
...
Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos olho , começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de boiar
Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

¨O Manejo da Palavra na Literatura e na Escrita¨



"O manejo da palavra na Literatura e na Escrita"



Estiveram reunidos no dia 25/09/2008 na escola Parque da 308 sul três escritores e também mestres de língua portuguesa onde abordaram de forma simples e descontraída o tema bem polêmico não só com professores da secretaria de Educação DF mas com educadores que se preocupam com a leitura e a escrita dos alunos do Ensino fundamental e Médio.
O encontro iniciou com a apresentação dos coordenadores da EAPE e a dos escritores João Bosco, Margarida Patriota e Lucília Garcez.
Os escritores estabeleceram uma troca de idéias onde relataram inicialmente sobre a formação acadêmica de cada um. A mediação era realizada pro João Bosco com interferências que descontraia o pequeno público de professores. Margarida Patriota, hoje autora de 25 (vinte e cinco) livros de literatura editados descreveu com detalhes sua vida em vários países o que contribuiu e facilitou em escrever com tamanha fluidez. Já, Lucília Garcez, relatou que sua alfabetização iniciou em Belo Horizonte e que suas professoras trabalharam contextos e isso facilitou a compreensão da língua. E mais, professores atualizados, família presente, a levou, aos onze anos decidir pela literatura. Pode ler durante sua vida escolar diversos tipos de textos que vieram somar a sua escrita: romances, gibis,jornais, parlendas, contos entre outros.
A medida que os escritores manejavam as palavras via que a importância da leitura está associada a momentos que o próprio professor cria em sala de aula com um simples poema; sugestão feita pela Margarida: Nas tramas da Emoção Tema polêmico: o escrever da palavra (manejo), deixaram claramente que deve-se respeitar a fala dos aluno e desenvolver suas características e realidades de cada um, respeitando sua origem e meio social. Isso, segundo Margarida é respeitar os brasis Lucília, ressalta que é preciso compreender de acordo com a situação.
O encontro foi finalizado onde os escritores em forma de desabafo, manejando suas falas, disseram que seus maiores desafios eram dar luz àquela luz (realidade palpável)- Margarida. E Lucília e seu maior desafio era ser escritora, de forma atrativa e João Bosco retrata que a linguagem é a semiotização da vida

domingo, 28 de setembro de 2008

¨ Centenário Machado de Assis¨




Em comemoração ao Centenário de Machado de Assis - considerado um dos mais importantes nomes da literatura do país - uma equipe de pesquisadores, e bolsistas de iniciação científica da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) produziram um site com biografia, bibliografia, artigos e busca de citações nos contos e romances do escritor brasileiro.
Na página eletrônica www.machadodeassis.net, o amante da história machadiana encontrará uma biografia resumida do autor; bibliografia básica, com cerca de 30 títulos de livros; artigos sobre a obra de Machado de Assis; ferramenta de busca de citações e alusões a fatos históricos ou a personagens; dentre outras interatividades."

Machado de Assis(1839-1908)

"Jornalista, cronista, contista, romancista, poeta e teatrólogo, Joaquim Maria de Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, cidade onde também faleceu, em 29 de setembro de 1908. Filho de um operário e uma dona de casa, perdeu a mãe muito cedo e, como não teve condições de realizar estudos regulares, foi um autodidata. É o fundador da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo sido seu primeiro presidente, cargo que ocupou por mais de dez anos."

"Sua obra abrange, praticamente, todos os gêneros literários. Na poesia, inicia com o Romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo em Americanas (1875) e o Parnasianismo em Ocidentais (1897-1880). Paralelamente, apareceram as coletâneas de Contos Fluminenses (1870) e Histórias da Meia-Noite (1873), e os romances Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878)."

"Depois, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas - Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacob (1904) e Memorial de Aires (1908) -, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos mais significativos autores da Literatura de língua portuguesa."



*NOTÍCIA - "Lula aprovará acordo ortográfico no centenário da morte de Machado de Assis

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará amanhã o decreto que promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que unifica e simplifica a forma de escrever o português nos oito países nos quais é o idioma oficial.

A data escolhida é simbólica, pois o decreto será no dia do centenário da morte do escritor Machado de Assis.

A promulgação do acordo, em uma sessão solene na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, é o ponto alto das comemorações do centenário da morte de Machado de Assis (1839-1908)."


'Com esses atos, Machado de Assis será duplamente exaltado: de um lado, a Academia lhe rende a mais expressiva homenagem neste ano em que celebramos o centenário de sua morte (...). E de outro, a assinatura pelo presidente Lula dos decretos que promulgam' o Acordo Ortográfico, disse o presidente da ABL, Cícero Sandroni, em nota.


Machado de Assis foi o primeiro presidente da ABL e, segundo Sandroni, o ato de promulgação do acordo ortográfico 'concretiza uma aspiração' do escritor."

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

- A linguagem em Desmundo





"Dois filmes brasileiros podem ser destacados no que se refere a um cuidadoso tratamento lingüístico: Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos (1971) e Desmundo (2003) do diretor Alain Fresnot.
O primeiro é baseado no diário do viajante alemão Staden, feito prisioneiro pelos índios tupinambás – adeptos do canibalismo – no Brasil do século XVI, e que consegue escapar, voltar para a Alemanha e publicar a sua história. Além da narrativa de Hans Staden, Como era gostoso o meu francês insere elementos relatados por outro viajante da época, o francês Jean de Léry. Os rituais, os costumes e os diálogos em tupi (elaborados pelo cineasta Humberto Mauro) revelam precisão no tratamento etnográfico do cotidiano indígena. A precisão etnográfica aliada à ousadia do cineasta culmina no ritual canibalístico no qual Staden é devorado.
Desmundo, filme de 2003 do diretor Alain Fresnot, enfoca o Brasil do início da colonização portuguesa. Baseado no livro homônimo de Ana Miranda, o filme narra a trajetória de Oribela, jovem órfã vinda de Portugal para ser entregue como esposa, juntamente com outras mulheres na mesma condição, aos homens da colônia. Com fidelidade à arquitetura colonial e cuidado no tratamento cenográfico para retratar, com verossimilhança, o recém Brasil-Colônia do ano de 1570, os diálogos do filme foram feitos em português arcaico, incluindo-se falas em línguas indígenas e africanas."


"Curiosidades
Todo o elenco aprendeu o português arcaico, tanto que o filme é apresentado com legendas para ajudar na compreensão."

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Conheça a Lei Maria da Penha, de combate à violência doméstica contra a mulher

A Lei Maria da Penha já está em vigor: "Maria da Penha Maia
A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Ela virou símbolo contra a violência doméstica."





Lei nº 11.340: "LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências."

Efeitos da Lei Maria da Penha: "Leia a íntegra do artigo de Iglesias Fernanda de Azevedo Rabelo e Rodrigo Viana Saraiva
Conheça a íntegra da Lei Maria da Penha (em PDF nesta página)
Veja o que diz o art. 5º:
'Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - omissis
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.'"


A Lei Maria da Penha e o reconhecimento legal da evolução do conceito de família

A lei Maria da Penha, além de inovar no conceito de família, também, rompe com a dicotomia público/privado evidenciada pelo antigo ditado 'em briga de marido e mulher, ninguém bota a colher'. O espaço doméstico que estava destinado exclusivamente à mulher era inatingível. Isso gerou um sentimento de impunidade pela violência doméstica, como se o que acontecesse dentro da casa não interessasse a ninguém. A autoridade do marido, no moldes da família patriarcal, permitia o direito de dispor do corpo, da saúde e até da vida da sua esposa. Essa autoridade do homem/marido sempre foi respeitada de forma que a Justiça parava na porta do lar, e a polícia sequer podia prender o agressor em flagrante.
Dessa forma, considera-se que a lei Maria da Penha representa um marco na proteção da família e um resgate da cidadania feminina, na medida em que a mulher ficará a salvo do agressor e, assim, poderá denunciar as agressões sem temer que encontrará com o agressor no dia seguinte e poderá sofrer conseqüências ainda piores.
No tocante ao reconhecimento legal de uniões homoafetivas femininas, a lei institucionaliza uma situação inegável e com clara constatação fática, além de significar um avanço para romper com os preconceitos existentes.
A família homoafetiva é uma realidade. O conservadorismo do legislador brasileiro quanto à evolução no conceito de família representa a influência daqueles pessimistas que pensam que a civilização corre o risco de ser engolida por clones, bárbaros bissexuais ou delinqüentes da periferia, concebidos por pais desvairados e mães errantes. Um conservadorismo que fecha os olhos para a realidade e se omite em dar sustentação ao instituto já previsto na norma inclusiva, que é o art. 226 da CR/88.
Aceitar novos modelos familiares não significa dizer que a família será destruída. Conceber apenas a família nuclear composta pelo casal heterossexual e filhos como o único modelo de família aceitável, é incompatível com a natureza afetiva da família. A noção de família como núcleo de afetividade e base da sociedade deve ser encarada, como de fato é, como um fator cultural. E, dessa maneira, a legislação deve acompanhar a evolução da sociedade e, conseqüentemente, dos arranjos familiares.
Efetivamente, a família, como fruto da cultura, é constantemente reinventada e, hoje, se reiventa para propiciar o alcance da felicidade de seus membros."

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Educação - Mudança no português pode acontecer a partir de 2008, diz MEC



O acordo ortográfico discutido pelos países que falam o português pode entrar em vigor já em 2008. Com isso, os brasileiros terão de se acostumar com algumas mudanças que podem parecer estranhas. As paroxítonas terminadas em 'o' duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Em vez de 'abençôo', 'enjôo' ou 'vôo', os brasileiros terão que escrever 'abençoo', 'enjoo' e 'voo'.





"Leia o acordo na íntegra¨


De acordo com o assessor especial do Ministério da Educação sobre o acordo, Alberto Xavier, a mudança não pode acontecer antes por causa dos livros didáticos. Para valer como lei, o acordo ainda precisaria passar na Câmara e no Senado para sanção de um decreto legislativo por parte dos presidentes dos países.
'Como a escolha do material que será comprado para a rede pública de ensino acontece com um ano de antecedência, na melhor das hipóteses o acordo passa a valer em 2008 por causa dos livros didáticos', afirmou Xavier. Segundo o assessor, a adesão de Portugal ao acordo é automática uma vez que o tratado já foi assinado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, além do Brasil. 'Em dezembro, o terceiro país assinou e, com isso, os demais acompanham', explicou.

"Mesmo com a adesão automática de Portugal, o governo brasileiro e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) negociam em Lisboa para que o país aceite o acordo e coloque em prática as medidas necessárias para o início das mudanças ortográficas. 'O embaixador brasileiro da CPLP em Lisboa, Lauro Moreira, está tentando reunir todo mundo para 'convencer' Portugal e definir uma data para entrar em vigor', disse Xavier.
O conselheiro cultural da embaixada de Portugal em Brasília, Adriano Jordão, disse que seu país ainda não ratificou o tratado por 'questões jurídicas'. 'Portugal contesta que o acordo possa entrar em vigor com a assinatura de três países em oito', explicou. Guiné-Bissau, Moçambique e Angola também não aderiram ao tratado. Timor Leste integrou-se ao grupo quando se tornou independente."


"Posição da ABL¨


O presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Vinicios Vilaça, pediu ao governo português que promova ações concretas, e com brevidade, no sentido de ratificar definitivamente o Acordo Ortográfico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Vilaça lamenta que os portugueses mantenham a atual resistência depois de 16 anos de formatação do Acordo, em 1991. Segundo ele, a recusa contribui para um possível isolamento de Portugal.
Vilaça lembrou que o português de Moçambique já vem se aproximando crescentemente do inglês, por força de interesses de ordem econômica. O presidente da ABL ressaltou que os países de língua espanhola utilizam apenas um dicionário, resultado do trabalho da Real Academia da Espanha e de outras 17 academias de países hispânicos. “Nada nos deve separar de Portugal. Acho mesmo que o governo do Brasil deveria ser mais categórico nesse tema”, sugeriu.
Para ajudar na adaptação dos brasileiros, a ABL disponibiliza pela internet um serviço de tira-dúvidas do português. As perguntas são respondidas pelo professor Sérgio Pachá em até quatro dias ao usuário.


"Mudança na ortografia¨


A língua portuguesa é a quinta mais falada do mundo. Mais de 230 milhões de pessoas terão de fazer pequenas adaptações. As novas normas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem de escrever 'húmido' para escrever 'úmido'. Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o 'c' e o 'p'nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras 'acção', 'acto', 'adopção', 'baptismo', 'óptimo' e 'Egipto'.

Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças. Além da eliminação do acento nas paroxítonas terminadas em 'o' duplo, também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos 'crer', 'dar', 'ler', 'ver' e seus decorrentes, ficando correta a grafia 'creem', 'deem', 'leem' e 'veem'.

O trema desaparece completamente. Estará correto escrever 'linguiça', 'sequência', 'frequência' e 'quinquênio' em vez de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.

O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do 'k', do 'w' e do 'y' e o acento deixará de ser usado para diferenciar 'pára' (verbo) de 'para' (preposição).

Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como 'louvámos' em oposição a 'louvamos' e 'amámos' em oposição a 'amamos', além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos 'ei' e 'oi' de palavras paroxítonas, como 'assembléia', 'idéia', 'heróica' e 'jibóia"
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